domingo, 4 de agosto de 2013

Apêndice: Holocausto Nuclear (Parte 2)



 (Dando continuidade à postagem anterior)
________________________________________

NUCLEAR ASSAULT – álbum Game Over (1986)

Nuclear War
War has come
To your home
Now it lies destroyed
Nuclear war, the final war
The end of all man's dreams
No one wins
In this game
Both sides have lost
Who has won
When all are dead
Except for the machines

Looking at the future
There's no much to see
Your homeland lies under
Radioctive debris

Millions dead
More on the way
What is worth this cost
For your god
And country
You'd destroy the world
It is madness
To believe
That you can survive
Take my word
You'd rather not
It's better just to die

Looking at the future
There's no much to see
Your homeland lies under
Radioctive debris

Guerra Nuclear
A guerra chegou
Até seu lar
Agora jaz destruído
Guerra nuclear, a guerra final
O fim do sonho de todos os homens
Ninguém vence
Nesse jogo
Ambos os lados perdem
Quem venceu
Quando todos estão mortos
Menos as máquinas

Olhando para o futuro
Não há muito o que se ver
Sua terra natal jaz sob
Destroços radiotativos

Milhões mortos
Mais a caminho
O que vale esse preço
Pelo seu Deus
E país
Você destruiu o Mundo!
É loucura
Acreditar
Que você pode sobreviver
Ouça minha palavra
Você não vai querer
É melhor logo morrer

Olhando para o futuro
Não há muito o que se ver
Sua terra natal jaz sob
Destroços radiotativos


Nada poderia ser mais direto que isso: A banda Nuclear Assault (que significa: Ataque Nuclear) escreveu uma música chamada “Nuclear War” (Guerra Nuclear).

Aqui não há espaços para sutilezas, e a temos uma letra que fala abertamente sobre o tema que pretende abordar. Fala ao ouvinte sobre a Guerra, sobre a destruição da humanidade, e sobre os efeitos das ondas radioativas nos seres humanos. Tomam emprestadas muitas das representações cinematográficas, como em “O Exterminador do Futuro” (1985) e de Histórias em Quadrinhos como “Wachtman” e “Batman, Cavaleiro das Trevas” (ambos de 1986)

________________________________________

KREATOR – EP Flag of Hate (1986)

Awakening Of The Gods
Was it a vision or was it a dream
The trust of the mankind has never been real
Gods of pleasure gods of pain
Gods of terror of life and of hate
Mortality is endless when gods start to pray

Life becomes worthless by nuclear death
The're watching from above it could happen every daywatching their terror and
care in no way
No one can imagine where you will be
Where you have been before your birth you will see
Planned and controlled is your life in every way
Watched and controlled on every single day

See their eyes filled with lies
Watch the slaughter endless night
Can make your scream can make you cry
You know you're helpless till the end of time
Awakening of the gods

Burning ambitions your lusts and your wills
Your plans of life goals and your thrills
Days of laughter days of crime your living to your fate on foretold time
Nothin' has worth nothing is real nothing is important no way you
Feel this can't be the only life it could begin when you die


See their eyes...

Manipulated by human feelings
You're passing through this life searching for the meaning of all
But that's something you will never find
Accept all what happens to you
Be prepared for torture and pain you know there ain't nothing
You can do only death will close the reign

You've seen the good sides but you've also seen the bad
Damned to mortality damned is your life for death
Created for a mystery why is this your fate
Only the future will show
Or maybe you will never know

Despertar dos Deuses
Foi uma visão ou foi um sonho
A confiança da humanidade nunca foi tão real
Deuses do prazer deuses da dor
Deuses do terror de vida e de ódio
Mortalidade é interminável quando os deuses começarem a rezar
A vida se torna inútil pela morte nuclear
Eles estão assistindo de cima podia acontecer todos os dias assistindo seu terror e
sem se importar com nada
Ninguém pode imaginar o que você será
Quem você foi antes de seu nascimento você verá
Planejada e controlada é a sua vida em todos os sentidos
Monitorado e controlado em todos os dias

Veja os olhos cheios com mentiras
Assista ao abate interminável está noite
Posso fazer você gritar posso fazer você chorar
Você sabe que você está desarmado até o fim do tempo
Despertar dos deuses

Queimando suas ambições, luxúrias e seus testamentos
Seus planos de vida e de seus objetivos emocional
Os dias de riso, dias de crime a sua vida sua sorte no prognóstico de tempo
Nada vale nada é real nada é importante no seu caminho

Sinta não poder ser a única vida que pode começar quando você morrer

Ver os seus olhos ...

Manipulado por sentimentos humanos
Você está passando por esta vida buscando o significado de todas
Mas isso é algo que você nunca irá encontrar
Aceitar tudo o que acontece com você
Esteja preparado para a tortura e dor você sabe, não existe nada
Você pode fazer apenas a morte fechar o reinado

Você já viu os lados bons, mas também assistiu ao mau
Fudido na mortalidade fudido é a sua vida por morte
Criado por um mistério porque é esse o seu destino
Só o futuro mostrará
Ou talvez você nunca saberá


Aqui estamos falando do Kreator novamente, de uma canção que eu gostaria muito de ter usado no meu trabalho, mas (como já disse anteriormente) não se encaixava no meu recorte estudado.

Essa música foi lançada em 1986, e não figura (oficialmente) em nenhum álbum da banda. Foi lançada num EP (Extended Play) chamado “Flag of Hate”. Este EP, que conta com três músicas, foi lançado entre o primeiro álbum, Endless Pain (1985), e o segundo álbum, Pleasure to Kill (1986).

Entretanto, a canção “Awakening of the Gods” é praticamente obrigatória nos shows da banda, e é um dos maiores clássicos da história dos germânicos.

A canção é tem um tom apocalíptico, e faz uso de muitas figuras de linguagem, abordando o tema sob um prisma quase sobrenatural. A letra equipara os líderes mundiais, e seus arsenais nucleares, a deuses capazes de julgar e punir a humanidade de acordo com suas vontades. A linha “Life becomes worthless by nuclear death” nos confirma que estamos lidando com a questão do holocausto nuclear.

Sobre a impotência do homem comum diante do poder militar, o refrão revela toda força contida na canção: “See their eyes filled with lies / Watch the slaughter endless night /Can make your scream can make you cry /You know you're helpless till the end of time / Awakening of the gods”. Ou seja, não somos nada diante da vontade daqueles que detém os meios de destruição. Somos apenas homens, diante de “deuses”.

________________________________________

MEGADETH – álbum Youthanasia (1994)

Black Curtains
Hey, look around you
Everything's helter-skelter
Listen up, I warn you
Run for cover, run
Bang, it happened
Time's up, armageddon
Fire, meltdown
The sky is crumbling in

Black curtains, never ending
Black curtains

Escape, you're joking
Can't find no place to run
Hair is burning
My flesh is bubbling up
Blood is boiling
Taste copper on my tongue
Fate is coming
Welcome it with a smile

Black curtains, never ending
Black curtains fall
Black curtains, never ending
Black curtains

Something's under my skin
Something's very strange
Playing with my mind
Tempting me to do you in

Am I dreaming? My heart pounds my chest
Held for ransom in a spider's web
Suffocating, no one hears my calls
Never ending, till the black curtain falls

Snakes, surround me
Offering their death kiss to me
Down, I'm drowning
How long, I hold my breath
Dogs are chasing
My legs are paralyzed
Pray, don't find me
My life is fading fast

Black curtains, never ending
Black curtains fall
Black curtains, never ending
Black curtains

Cortinas Pretas
Ei... dê uma olhada ao seu redor
Tudo está desordenado
Escute... estou te alertando
Corra por abrigo, corra
Bang... aconteceu
O tempo acabou, armageddon
Fogo... derretimento
O céu está desabando

Cortinas pretas... infinitas
Cortinas pretas

Fuja... você está de gozação
Não consegue encontrar nenhum lugar para fugir
O cabelo... está queimando
Minha carne está borbulhando
Sangue... está fervendo
O gosto de cobre em minha língua
O destino... está chegando
Saúdo-o com um sorriso

Cortinas pretas... infinitas, caem
Cortinas pretas
Cortinas pretas... infinitas, caem
Cortinas pretas

Algo está sob minha pele
Algo está muito estranho
Jogando com minha mente
Atrai-me fazê-lo em você

Estou sonhando? Meu coração bate no meu peito
Guardados para resgate em uma teia de aranha
Sufocante, ninguém ouve minhas chamadas
Nunca acaba, até que a cortina negra cai

Cobras, me cercam
Oferecendo a sua morte beije-me
Para baixo, eu estou me afogando
Quanto tempo, eu mantenho minha respiração
Os cães estão caçando
Minhas pernas estão paralisados
Por favor, não encontra-me
Minha vida está desaparecendo

Cortinas pretas... infinitas, caem
Cortinas pretas
Cortinas pretas... infinitas, caem
Cortinas pretas


Finalizando este apêndice, vamos trabalhar outra banda que fez parte do trabalho original: Megadeth.

Deixei essa música para o final porque ela me parece a mais deslocada, cronologicamente, com o contexto do terror do Holocausto Nuclear. A música foi lançada em 1994, três anos após o fim da URSS, e por conseqüência, sem a tensão da Guerra Fria.

É possível, como acontece muitas vezes, que a canção tenha ficado “esquecida” por anos, e somente naquele momento pode ser gravada. Isso aconteceu com as canções “Set the World Afire” e “Rust In Peace”, que Dave Mustaine gravou muito depois de escrever a letra.

Independentemente de qualquer coisa, a canção parece muito mais com um “pesadelo” do autor, tal como um trauma não resolvido, que esta sempre assombrando a sua mente. E realmente, Mustaine tinha uma “paranóia” com a questão do holocausto nuclear, o que pode justificar mais outra música sobre o tema, num momento tão distante. 

Neste caso, a canção não serve exatamente como um documento que nos fala sobre o período analisado, mas é uma representação da memória, com todos os filtros pessoais implícitos nela. Isso fica mais evidente quando analisamos que a letra é toda escrita em primeira pessoa do singular, falando sobre sentimentos, alucinações e experiências que “eu poético” expõe ao ouvinte.

________________________________________


Referências Bibliográficas:


CHRISTIE, Ian. Heavy Metal: a história completa. São Paulo: Editora Arx, 2010.

HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991). São Paulo; Companhia das Letras, 1995.

KRAKHECKE, Carlos André. A Guerra Fria da década de 1980 nas Histórias em Quadrinhos Batman – O Cavaleiro das Trevas e Watchmen. Revista eletrônica História, imagem e narrativa. disponível em: <www.historiaimagem.com.br >. Acesso em: 23 mai. 2010.

MEYER, Michael. 1989: o ano que mudou o mundo: a verdadeira história da queda do Muro de Berlim. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2009.

NAPOLITANO, Marcos. A História depois do papel. In PINSKY, Carla Bassanezi (org.) Fontes Históricas. 2ª Edição, São Paulo: Contexto, 2010.

______. História e Música: História cultural da música popular. 3ª Ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário